Assistência social com o Espiritismo
O Espiritismo, com Allan Kardec, traz nova luz à tarefa assistencial.
Realçando a responsabilidade dos seus seguidores pelo preceito “Fora
da caridade não há salvação”, fundamenta a prática da fraternidade no
Evangelho do Cristo. Destacam-se os capítulos X, XI, XII, XIII e XV de
O evangelho segundo o espiritismo sobre o assunto.
A primeira campanha promovida por entidade espírita de que se tem
notícia foi a lançada por Kardec na Revista espírita, janeiro de 1863, com o
objetivo de arrecadar recursos para socorrer os operários de Rouen, França,
vitimados por rigoroso inverno. Graças às doações recebidas, foi possível
levar alguma tranquilidade a inúmeras famílias em estado de privação.
No Brasil, muitos foram os espíritas cuja dedicação e amor, no campo
assistencial, se transformaram em exemplo. Entre eles, destacam-se
Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Anália Franco e Batuíra.
Adolfo Bezerra de Menezes (1831–1900), apóstolo do Espiritismo.
Como médico, dedicou-se, com grande desapego e amor, à assistência aos
doentes e a todos que o procuravam, necessitados de auxílio.
Eurípedes de Barsanulfo (1880–1918), natural de Sacramento (MG),
educador, espírita, dotado de diversas faculdades mediúnicas, dedicou a
vida à educação do jovem, aos aflitos e abandonados pela sorte. Atendia
a todos que o procuravam e ainda, em momentos de folga, saía pelos arrabaldes da cidade a socorrer doentes, assistindo os necessitados de toda
ordem e pregando a doutrina do amor ao próximo.
Anália Franco (1856–1919), emérita educadora, entregava-se, de corpo
e alma, à prática do bem. Fundou e supervisionou mais de setenta asilos,
creches e escolas espalhadas por vários Estados brasileiros. A síntese do seu
pensamento era:
O nosso fim é procurar diminuir cada vez mais em nosso meio a necessidade
da esmola, pelo desenvolvimento da educação e do trabalho, de
que provém o bem-estar e a moralidade das classes pobres. Eduquemos
e amparemos as pobres crianças que necessitam de nosso auxílio, arrancando-as
das trilhas dos vícios, tornando-as cidadãos úteis e dignos
para o engrandecimento de nossa pátria.
Antônio Gonçalves da Silva – “Batuíra” (1839–1909), português, veio
para o Brasil ainda criança e, como imigrante, aqui cresceu e desenvolveu
a sua obra de dedicação ao próximo. Em 1873, por ocasião da epidemia de
varíola, assistiu os doentes e flagelados com verdadeiro espírito de renúncia,
dando não apenas o remédio, mas também o pão, o teto e o agasalho.
Começou como jornaleiro e terminou seus dias como jornalista espírita.
Foi o fundador e impressor do jornal Verdade e luz.
O centro espírita, portanto, deve ser um espaço de convivência, em que
a fraternidade não seja apenas um ideal, mas um exercício de construção
de relações. Mais do que uma casa prestadora de serviços (de alimentos, de
roupas etc.), um espaço de convivência, onde o usuário de seus serviços, em
sua condição de cidadão — sujeito de direitos —, gosta de estar, sente-se
bem em estar, é recebido como é, com o seu jeito, com as suas características,
com a sua forma de falar, e onde encontra quem se disponha a conversar
com ele de forma natural, de irmão para irmão, dando-lhe tempo
para que caminhe do ponto em que se encontra e permita acesso ao seu
coração, abrindo-se, também, para o coração do outro, à semelhança do
Bom Samaritano da história evangélica.
O Espírita e a caridade
“Pergunta. — Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos
se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que
se acham no bom caminho?
Resposta. — Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira
caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis
pelo número de aflitos a quem levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu
desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo
de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de sua lei; os
que seguem sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória;
mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição.
– Erasto, anjo da guarda do médium. (Paris, 1863.)”
(O evangelho segundo o espiritismo, cap. XX, item 4.)
Hoje nosso Centro Espírita Missionários de Amor e Luz tem o projeto chamado Cheio de Vida que vem trabalhando com algumas famílias carentes levando alimentos (cesta básica), também atendendo a gestantes carentes com cestas básicas e um kit de enxoval do bebê.
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